Um amigo e cleinte nosso, colecionador e pesquisador, escreveu recentemente, depois de ver uma moeda em nosso site. Reproduzo a mensagem traduzindo do ingles, e informo que a mesma foi por ele adquirida:
"Olá Francisco,
Eu sempre apreciei aos teus conhecimentos. Especializei-me em moedas colonial Portuguesas datadas entre 1690-1970 e tenho cerca de 1.000 delas, incluindo 100 do Brasil. Você sabe o meu fascínio com a história das moedas e fichas. Nós dois sabemos que muitas dessas moedas em alto grau de conservação são excelentes investimentos à longo prazo.
Assim, meu interesse em observar a moeda na linha do assunto em epígrafe. Eu não estou questionando a todos os seus conhecimentos sobre a classificação, ao contrário, eu respeito muito você. Examinei as imagens desta moeda e concordo que o anverso é excelente. No entanto, fiquei intrigado com o reverso. Como você bem sabe, muitas moedas coloniais Portuguesas possuem o brasão de armas tradicionais. Neste 20 réis de 1820, vi desgaste consideravel sobre os escudos e castelos. Numismatas em Portugal e no E.U.A. dizem que estes cunhos devem ser claros e bem delineados para moeda ser graduada como Soberba. No entanto, percebo que quanto mais antiga moeda, mais liberais são os padrões de classificação devido a melhorias e avanços na produção ao longo do tempo.
Fiquei me perguntando se seria esta a questão nesta moeda, ou foi desgaste de circulação nestes pontos relacionados? "
Respondendo a dúvidas muito pertinentes, eu escrevi:
Em minha opinião, não se importa se uma moeda foi fabricada através de marteladas ou nas máquinas mais modernas e sofisticadas. Se foi cunhada a.C. ou ontem. Se foi feita de ouro ou de madeira. O grau de conservação vai sempre seguir as mesmas normas.
Classificar o estado de conservação de moedas é uma questão muito subjetiva.
Uma mesma pessoa pode, e irá classificar uma mesma moeda, em diferentes graus em dias diferentes. Isso vai depender da iluminação; grau de inclinação que se examina a moeda; hora do dia porque os olhos se cansam; estado de espírito; se foi classificado antes um grupo de moedas bonitas ou feias; e outros inimagináveis detalhes.
E um ponto de vital importância, é conhecer bem o tipo da moeda e o período na qual foi cunhada a moeda em questão, para se saber detalhes da situação: O lugar estava sob sítio? Houve falta de pessoas qualificadas? Possuíam o metal necessário? Etc, etc, etc.
Em linhas gerais, este é o meu ponto de vista em tão divergente questão, e acredito que sem solução no mundo numismático.
Mas agora, respondendo ao seu e-mail, com a moeda específica na mão (é mais bonita que na foto), no mínimo suas dúvidas são curiosas e muito interessantes, e vou tentar transmitir o que eu vejo:
O terceiro castelo da esquerda parece estar amassado, mas no mesmo ponto do outro lado, está praticamente intacto.
O castelo do meio (em cima, o do meio), é deformado, parecendo que foi consumido por abrasão. Mas os castelos, à direita e à esquerda, e o pequeno escudo abaixo, são perfeitos.
Entre outros detalhes, isso me leva a pensar que embora pareça desgaste pelo uso na moeda, na realidade, são problemas nos cunhos!(desgaste, batidas e amassos nas delicadas linhas destes elementos, que vão preenchendo os cunhos que são em negativo) Nesta data, desse valor, 4.871.966 moedas foram cunhadas, e provavelmente aos cunhos foram utilizados ao máximo, em função da enorme quantidade de moedas.
Eu não sou dono da verdade, mas acredito fortemente serem estas razões, o responsável pelo aspecto interessante que você apontou.
Abaixo para ilustrar melhor as diferenças entre esta mesma moeda, os detalhes do anverso:
E nas mesma posições, os detalhes do reverso!
Obviamente que é apenas minha opinião e não uma regra!
Sendo somente parecer, deixo o convite para todos os que concordam ou não, a se expressarem aqui seus pontos de vista!
Qualquer dúvida, estou sempre a disposição na ajuda do que for necessário.
Francisco Partos
E&P Numismatica.







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