quarta-feira, 28 de julho de 2010

Números especiais em cédulas

Deixe-me tentar explicar um pouco sobre a numeração das cédulas brasileiras.

As séries nas cédulas brasileiras vão de 000.001 até 100.000.

E sendo o maior número sequencial o cem mil, os chamados números sólidos (em ingles solid numbers) serão sempre precedidos de um zero. Desta forma, nós não vamos encontrar a cédula nº 111.111 (cento e onze mil, cento e onze) como em paises como os E.U.A., o mais próximo número sólido nas cédulas brasileiras será o nº 011.111 (onze mil, cento e onze).

Então lembrando: a numeração sequencial será sempre precedida de um zero, com exceção do último número de uma série, que é o 100.000 (cem mil).

A partir de 1981, os número de série, foram alterados, e passam a ser impressos antes do número sequencial (de 000.001 à 100.000), e tornam-se um astronômico número, composto de 10 dígitos (4 da série + 6 do nº sequencial). Existe, antes desta data, uma experiencia que foi feita na cédula apelidada de "Cabeção" ou "Barão". É a nota com as numerações de 153/4/5 no catalogo brasileiro e 97 no Pick.

A cédula brasileira além dos 10 dígitos, passou a ter duas letras, uma à direita e outra à esquerda do número, elas representam: a "Estampa" (qualquer mudança no desenho da cédula muda a estampa), e a quantidade de séries. Cada letra só pode ter 9.999 séries (4 dígitos)

Assim sendo, os 4 primeiros dígitos representam a série e os outros seis dígitos, o número da cédula de 000.001 para 100.000. Mais uma letra como prefixo e outra como sufixo.

Em outras palavras, após 1981, continuamos a ter números sólidos, mas com  os 4 dígitos pertencentes à série, no início da longa numeração de 10 dígitos!

Qualquer dúvida, estou à disposição para ajudar.

Francisco Partos
E&P Numismatica

segunda-feira, 26 de julho de 2010

Classificação do grau de conservação

Olá a todos!

Um amigo e cleinte nosso, colecionador e pesquisador, escreveu recentemente, depois de ver uma moeda em nosso site. Reproduzo a mensagem traduzindo do ingles, e informo que a mesma foi por ele adquirida:

"Olá Francisco,

Eu sempre apreciei aos teus conhecimentos. Especializei-me em moedas colonial Portuguesas datadas entre 1690-1970 e tenho cerca de 1.000 delas, incluindo 100 do Brasil. Você sabe o meu fascínio com a história das moedas e fichas. Nós dois sabemos que muitas dessas moedas em alto grau de conservação são excelentes investimentos à longo prazo.

Assim, meu interesse em observar a moeda na linha do assunto em epígrafe. Eu não estou questionando a todos os seus conhecimentos sobre a classificação, ao contrário, eu respeito muito você. Examinei  as imagens desta moeda e concordo que o anverso é excelente. No entanto, fiquei intrigado com o reverso. Como você bem sabe, muitas moedas coloniais Portuguesas possuem o brasão de armas tradicionais. Neste 20 réis de 1820, vi desgaste consideravel sobre os escudos e castelos. Numismatas em Portugal e no E.U.A. dizem que estes cunhos devem ser claros e bem delineados para moeda ser graduada como Soberba. No entanto, percebo que quanto mais antiga moeda, mais liberais são os padrões de classificação devido a melhorias e avanços na produção ao longo do tempo.

Fiquei me perguntando se seria esta a questão nesta moeda, ou foi desgaste de circulação nestes pontos relacionados? "




Respondendo a dúvidas muito pertinentes, eu escrevi:

Em minha opinião, não se importa se uma moeda foi fabricada através de marteladas ou nas máquinas mais modernas e sofisticadas. Se foi cunhada a.C. ou ontem. Se foi feita de ouro ou de madeira. O grau de conservação vai sempre seguir as mesmas normas.

Classificar o estado de conservação de moedas é uma questão muito subjetiva.

Uma mesma pessoa pode, e irá classificar uma mesma moeda, em diferentes graus em dias diferentes. Isso vai depender da iluminação; grau de inclinação que se examina a moeda; hora do dia porque os olhos se cansam; estado de espírito; se foi classificado antes um grupo de moedas bonitas ou feias; e outros inimagináveis detalhes.

E um ponto de vital importância, é conhecer bem o tipo da moeda e o período na qual foi cunhada a moeda em questão, para se saber detalhes da situação: O lugar estava sob sítio? Houve falta de pessoas qualificadas? Possuíam o metal necessário? Etc, etc, etc.

Em linhas gerais, este é o meu ponto de vista em tão divergente questão, e acredito que sem solução no mundo numismático.


Mas agora, respondendo ao seu e-mail, com a moeda específica na mão (é mais bonita que na foto), no mínimo suas dúvidas são curiosas e muito interessantes, e vou tentar transmitir o que eu vejo:
O terceiro castelo da esquerda parece estar amassado, mas no mesmo ponto do outro lado, está praticamente intacto.



O castelo do meio (em cima, o do meio), é deformado, parecendo que foi consumido por abrasão. Mas os castelos, à direita e à esquerda, e o pequeno escudo abaixo, são perfeitos.

Entre outros detalhes, isso me leva a pensar que embora pareça desgaste pelo uso na moeda, na realidade, são problemas nos cunhos!(desgaste, batidas e amassos nas delicadas linhas destes elementos, que vão preenchendo os cunhos que são em negativo)  Nesta data, desse valor, 4.871.966 moedas foram cunhadas, e provavelmente aos cunhos foram utilizados ao máximo, em função da enorme quantidade de moedas.


Eu não sou dono da verdade, mas acredito fortemente serem estas razões, o responsável pelo aspecto interessante que você apontou.

Abaixo para ilustrar melhor as diferenças entre esta mesma moeda, os detalhes do anverso:


E nas mesma posições, os detalhes do reverso!



Obviamente que é apenas minha opinião e não uma regra!


Sendo somente parecer, deixo o convite para todos os que concordam ou não, a se expressarem aqui seus pontos de vista!

Qualquer dúvida, estou sempre a disposição na ajuda do que for necessário.

Francisco Partos
E&P Numismatica.